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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2015

Carta (Não) Endereçada

 Olá,  Eu sei, até parece parvo. Estivemos juntos nem faz meia hora e já te estou a redigir uma carta. Acho até que ainda sinto o sabor do café quente que tomaste, assim que acordaste, nos meus lábios do beijo de “bom dia” que me deste.  Mas o que é que queres? Não consigo evitar… É mais forte que eu. Desculpa… Não só pela carta, mas também pelo que sou. Admito que sou “complicado” ou… Talvez não. Ok, desculpa pela minha bipolaridade. Eu sei que, por vezes, te irrita. Desculpa o meu mau-humor matinal, o cabelo desgrenhado, os olhares tristes, os abraços inesperados, a carência eterna, a preocupação exagerada, o medo de te perder e de me perder, assim que te perca. Desculpa por estar sempre a dizer desculpa. Desculpa também por isso.  Upps… Fi-lo de novo. Sou eu que te estou a escrever esta carta, conheces-me melhor do que ninguém e tu sabes o quanto importante isto é para mim – não só o facto de te escrever cartas (quase) todos os dias, mesmo dividindo a...

Uma Boa Conversa

Não há nada mais erótico que uma boa conversa, não é? E as nossas conversas tinham tanto efeito em ti.  Não me acredito que fosse só do champagne , ou então da mistura com o tabaco que te deixavam louco. Mas as nossas conversas ajudavam imenso… Eram as melhores, admite!  Eu gostava disso, aliás ainda gosto. Gosto da ideia de poder manipular o teu imaginário e fazer-te levar a locais que nunca foste, fazer o que jamais imaginavas - algum dia – fazer. Onde querias que te levasse, eu levava. Como se tudo tratasse de uma espécie de hipnotismo que erotizava tudo e mais alguma coisa. Como se de Álvaro de Campos, na sua "Ode Triunfal” – quando este erotiza máquinas de fábricas – nos tratássemos.  Era isto. É isto que nos falta. Falar. Podem ser frases curtas, mas é isso que precisamos. Ou melhor, precisávamos.  O amor já era bom, o sexo ainda melhor… Mas os dois juntos eram a combinação perfeita. Claro que contigo. Porque tudo se resumia a ti. Simplesmente ...

Até que a morte nos (re)una

 Normalmente, não sou uma pessoa religiosa. Tu sabes isso melhor que ninguém. Mas eu tenho fé! Tenho a fé de que um dia, quando não acordar de um sono muito profundo, tu vais estar no meu sonho. Nesse mesmo sonho que nos junta no paraíso – onde só existirá eu, tu e o nosso amor.  Aquele mesmo amor que me prometeste sentir e admitiste-o perante a tua mulher. Essa senhora que com grande respeito falei e nunca na minha vida vivenciei algo tão estranho. Mais estranho ainda que a minha própria coragem de me fazer estar naquele lugar, a presenciar toda a conversa que tivemos.  Eras um homem separado, repara que não utilizei a palavra divorciado. Estavas casado sim, mas separado. Já não havia amor, não havia qualquer tipo de sentimento, nem mesmo um simples toque. Nada. Rigorosamente nada. Não sei se o que procuraste em mim foi uma fuga a essa monotonia devastadora, se um refúgio para encontrares a felicidade. O que é certo é que nós conseguimos. Conseguimos mesmo! Afir...