Não cresças. Não me deixes ver-te como um pequeno ser humano
no meu colo e num abrir e piscar de olhos, ver-te como adolescente. Para de
crescer tão rápido! Não te culpo a ti. Culpo ao tempo por deixar que os
momentos que vivo contigo sejam efémeros.
Com o aproximar desta data, fico sempre nostálgico. Eu sei
que não sou alguém que demonstre os seus sentimentos com tamanha facilidade,
mas deixa-me escrever acerca de ti, enquanto posso e quero. O facto de poder,
não prometo; já o de querer, prometo sempre.
Já estás a entrar na fase em que vais sentir tudo e mais
algo de forma intensa. Aliás, demasiadamente intensa. Espero que não sejas como
eu. És muita parecida comigo em certos aspetos e que isso, talvez, me dê mais
um medo dos muitos que tenho em relação a ti.
Promete-me que irás tornar-te numa boa adolescência. Não
irás responder-me fora do tom. Não irás esconder-me novidades acerca da tua
vida. Não irás desrespeitar-me e quando te alertar de que isso irá estar
errado, não te irrites comigo por estar certo. Não chores por nenhuma amizade
perdida ou um “quase amor” terminado. Não tires negativas na escola. Não uses
roupas que te dizem para não usares. Não te maquilhes de forma exagerada. Não
faças nada de que te vás arrepender. Mas, acima de tudo: promete que vais fazer
o contrário de isto tudo que escrevi. De uma forma saudável, claro… Mas fá-lo.
Faz. Erra. Aprende. Cresce. Conta-me. Chora a contar.
Abraça-me no final.
Tenho um amor por ti que por muito que escreva acerca de ti,
não o vou demonstrar na sua totalidade. Ocupas um lugar único no meu coração e
és parte de mim. Talvez, a melhor que guardo dentro de mim e garanto-te que não
a quero perder. Se (te) perdesse, perdia-me.
Por falar em perder, outra promessa que quero que me faças é
que sempre que te sintas assim, encontra-me. Fala comigo que eu vou estar
sempre aqui. Sempre…
Mas, para te perderes, tenho que te deixar voar. Para bem
longe… Não digo agora, neste exacto momento em que começas a perceber um pouco
mais do que é viver. Porém, sei que algum dia isso irá acontecer. Vais deixar
de ser a minha menina! Isso também adiciona muitos mais medos à lista que já tenho
contigo, contudo preciso de me mentalizar que faz parte. A vida é feita de
ligações e rupturas e vais ter que aprender por ti como gerir isso e como
contornar a questão. Portanto, deixa-te voar que sempre que precisares de
aterrar, não me importo de ser o teu aeroporto. Desde que saibas usar bem as
tuas asas, não me importo mesmo nada que precises de aterrar de emergência.
Hoje, dás-me mais uma razão para sorrir. No total são doze.
Doze razões que já tenho para sorrir e irei somar muitas mais à minha vida.
Para além destas promessas todas, faço-te um pedido. Esse
decerto que irá sobrepor-se às vontades que tenho para ti: não me falhes. Seja
em que sentido for, apenas não me falhes. Não me faltes, não desapareças, não
deixes de ser quem és para mim, não deixes tudo, não deixes nada. Não deixes…
Não falhes… Não desistas.
Deixo-te um último pensamento: quando existe amor, existe
futuro.
Com amor. Sempre com amor,
Rush
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