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Eles sabem

[Dedicado àqueles que sabem muito bem quem são, mas que não querem admitir.]

 Nós éramos os melhores. Éramos mesmo! Em todos os sentidos. Como é que é possível não recordar isso?

 Pois, eu lembro-me. De tudo. Literalmente… Como se fosse ontem. Ou melhor, até foi mas metaforicamente. Não sei como, ou quando, ou até porquê que não continuamos esta caminhada juntos.

 As promessas feitas e as conversas tidas não davam indícios disto. Desta separação definitiva. Deste apagar das melhores memórias que eu alguma vez tivera.

 Dou por mim a recordar - nas muitas madrugadas em que fico acordado – em tudo o que vivemos. Não sei se ria a recordar das conversas de café ou se chore a relembrar as surpresas que fazíamos uns para os outros.

 Incrível como nos lembrávamos sempre de tudo o que estivesse relacionado com a vida de cada um. Talvez, porque não acho que tínhamos – entre nós – uma simples relação de amizade, claro que também a tínhamos. Mas não era só isso. No fundo, éramos como uma segunda família. Onde havia discussões, desentendimentos, choros sufocantes, mas nem tudo era mau, porque no final o nosso amor era tanto que os aspectos positivos sobrepunham-se aos negativos.

 E agora eu pergunto-me: como foi isto acontecer?

 Os tempos de faculdade não deveriam acabar com as (melhores) amizades, mas sim preservá-las e se possível, fortalece-las. O que não é o caso, porque todos acabamos por seguir caminhos diferentes e não deixamos que houvessem “trilhos de ligação” que conectassem as nossas vidas. Agora, tudo é diferente… Não falo só da distância física – pelo facto de uns estarem pelo Porto, outros em Aveiro, ainda alguns em Braga e talvez, um de nós rume a Lisboa; mas a distância afectiva entre nós consegue superar a física e não só a de intercidades, mas também arrisco-me a afirmar que consegue ultrapassar a distância entre a Terra e a Lua.

 Nós vivíamos tão bem em constante harmonia. Precisávamos uns dos outros nas nossas vidas. O problema de um era um problema de todos. Criámos uma dependência entre nós que, ainda hoje, me custa a aceitar que essa tal “necessidade de nós” acabou.

 Confesso que me mete um pouco de confusão o facto de não haver mais dias em que me chamem “Pimpas” ou “Chaveiro”; que as tardes passadas no café ao pé do Liceu terminaram; as saídas nocturnas que tanto apreciávamos desapareceram; as “festa surpresa”, assim como os almoços e lanches em casa uns dos outros, as chamadas telefónicas que duravam horas e horas, os cochichos entre aulas e os planos que fazíamos juntos jamais se concretizaram.

 Nem sei como metade de vocês está a lidar com isto, aliás nem um quarto sei. Mas eu sinto saudades. Misturadas com tristeza profunda, porque nunca achei que isto pudesse acontecer. E preciso mesmo disto. De vocês… Por mais uma tarde, ou um dia, talvez um ano. Aliás, se possível, por uma vida.

 Estariam dispostos a isso? Eu sim.


Rush


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