Tenho o hábito de me declarar aos meus. São eles que vivem a vida comigo. Estão sempre lá e muitas das vezes não tenho que lhes pedir. Quero acreditar que o fazem, porque sou merecedor disso. Aliás, creio que sabem que o que fariam irá ser sempre retribuído. Sim, 'Bu'... Esta carta é para ti.
A menina dos cabelos dourados e sorriso envergonhado tomou conta de um pedaço do meu coração e que bom que é poder oferecer-lhe esse espaço. Entreguei-o sem medos e não aceitaria a sua devolução. Tomei coragem e ofereci-lhe algo que estava fragilizado, porque ela o mereceu. Porque ela ficou.
Mais tarde percebi que era Amor. Não podia ser de outra forma... Ela já possuía um dos pedaços daquilo que melhor guardo, sem nunca ter posto em causa a segurança do que cuidava. Sim, ela cuida de mim. E eu dela. Gosto de pensar que nos regemos a partir de um "eu por ti e tu por mim" e espero que isso perdure.
Ela é como um pôr-do-sol na praia, acompanhado de um cigarro pensativo e longos abraços. É gargalhadas nos momentos que não é suposto... ou pensaria eu que não era. É conversas baseadas em insultos que clarificam os seus argumentos. É ideias soltas e muitas delas despropositadas. É tudo aquilo que eu não controlo e que bom é ter um descontrolo destes na vida.
Atira-me para a vida a alta velocidade e espera por mim no final da linha. Assim que chego, tenho sempre uma calorosa receção e não há nada que pague isso. Ela é de um valor incalculável que por muito que a tente vender a alguém (porque existem momentos em que só me quero ver livre dela) não consigo. Brigamos como irmãos e amamo-nos, igualmente, como tal. Se num momento a quero ver bem longe, no seguinte grito pelo nome dela e espero que me ajude. E ela ajuda... Sempre!
Há muito que gostava de escrever algo sobre ela. Porém, como é que se escreve acerca de alguém que se gosta tanto sem ter medo que as palavras não façam justiça ao que realmente ela é e representa para mim? Existe muito medo, aliás medos. No plural. Contudo, não ao ponto de querer deixar de escrever acerca dela, porque não o irei fazer. Preciso de partilhar com o Mundo o quanto ela me deixa ser feliz. Por outro lado, não quero que o Mundo saiba do melhor. Esse guardo-o sempre para mim.
Possuo muitos planos para ela e espero sinceramente que ela os concretize. Esses e muitos mais e melhores. Se ela o quiser, claro. Não a obrigo, não a faço fazer, não me imponho. Ela sabe que os tenho e com todo o orgulho e amor que os idealizo, mas sabe também que lhe dou liberdade. E é isso que a faz crescer todos os dias. Que tenha consciente a ideia de que não importa quantos erros fará, eu irei estar aqui para a amparar. Afinal, somos uma das plataformas que melhor nos suportam um ao outro.
Por isso, escrevo-lhe isto. Quer dizer, escrevo-te isto. Deixo aqui um pouco do meu amor para ti. Faz o que entenderes dele... Confio em ti.
Para ti e com amor,
Potinha (a.k.a. Rush)
Algarve (set/2020) |
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