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Madrugadas Erradas



 Escrevo-te numa madrugada, acerca de uma outra que passei contigo. Mais uma noite em que fiquei apenas a olhar para ti a dormir.... Ficas tão lindo quando estás assim. Desproves-te dos teus medos e inseguranças e numa serenidade pura, cais no sono. 

 A verdade é que em todas as noites que passo contigo, não consigo dormir.... Fico a observar-te a noite inteira e penso nos erros que cometi contigo. Por vezes, chego à conclusão que se quisesses, até daríamos um bom erro.

 Mas, para errar é preciso considerar-se as duas partes culpadas e neste caso: a única parte que sente culpa sou eu. 

 Sou a culpa que guardo em relação a ti. A culpa de não termos resultado, na altura em que o erro foi cometido. A culpa de hoje não resultarmos, por não quereres errar e a culpa de amanhã, por não pensares que poderias errar tanto comigo. 

 Eu deixava-te errar, vezes sem conta... Até perceberes o resultado certo. Deixava-te errar tanto que irias cansar-te e descobrir que o quociente certo sempre esteve aqui. Deitado ao pé de ti e a observar-te o quão lindo ficas a dormir.

 Seríamos um erro tão certo que a própria lógica matemática conseguiria resolver num abrir e fechar de olhos. 

 Seria tão fácil reduzir a equação que juntos somos a um só número inteiro. Sem vírgulas, nem pontos.... Apenas um número indivisível. As nossas partes juntar-se-iam numa só, até que mais ninguém as conseguisse dividir.

 Lá está, a culpa não pode ser só sentida por mim.... Tem também que ser sentida por ti. Porque não sentes da mesma forma que eu sinto? 

 Negas um futuro errado e vives na utópica ideia certa que é errar com os outros. Porque não erras comigo da mesma forma que eu erro contigo? 

 Não tenhas medo e erra. Precisas disso.... Precisas tanto disso até perceberes que eu poderia ser o melhor erro que poderias cometer.

 Por enquanto, não quero desistir. Quero-te deixar errar as vezes que achares necessárias, para que no final de tudo, voltes para o ponto de partida - que acabará por se tornar o de chegada - e fiques onde tudo começou.

 Entre cafunés e conversas noturnas, ficaremos assim... Como tudo começou.

 Tenta e não tenhas medo de errar.

 Com amor... Ou melhor: com um grande erro,

Rush


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