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Os cigarros que [não] se devem acender



 Iniciemos este texto com a noção de que o nem o título, nem o conteúdo do mesmo estão relacionados com quaisquer pensamentos antitabagistas que vos possa dar a entender.


 Vivo nesta analogia constante entre pessoas e cigarros. Existem os cigarros que sabem bem… aliás, muito bem de se acender. Existem outros que nem tanto. 

 Já fumei uns quantos para perceber quais as diferenças que tenho que ter em conta, para depois não me desiludir. Mas, a verdade é que um cigarro é e sempre será um cigarro – como tal, dar-me-á sempre vontade de os acender e provar o sabor, o cheiro, ver o fumo que me sai da boca desvanecer no ar e com isso, provar a mim mesmo que não devia tê-lo feito. Por vezes, no final, arrependo-me. Contudo, existem aqueles cigarros que dá vontade de os queimar até não poder mais e são esses que realmente valem a pena, guardá-los no maço e fuma-los na altura certa.

 Isto acontece, exatamente, com as pessoas que aparecem na minha vida. À primeira vista são cigarros e terei sempre vontade de pegar num isqueiro e acendê-los. Só mais tarde, é que poderei tirar as devidas conclusões acerca do que foi fuma-los.

 O que se sucede entre o momento em que os acendo e, no final, apaga-os é algo muito imprevisível. Eu não sei se num momento logo a seguir ao que acendi o cigarro, virá uma rajada de vento e mo apague; ou então, se pelo contrário, o cigarro manter-se-á aceso – ainda que com algumas brisas que passem por ele – e esse aguentar-se assim, até não mais poder queimar. Nesse mesmo momento, terei eu mesmo que os apagar (isto é, se este não se apagar sozinho), porque senão quem irá acabar por queimar-se, irei ser eu. Dispensemos essas queimaduras que irão deixar marca.

 Tudo o que queremos é acender o cigarro na esperança que este dure… e dure… e dure até nos sentirmos saciados, felizes, menos confusos e mais descontraídos com a vida. Com a vida e não só. Com as pessoas, com as amizades, com os amores e desamores, com as tristezas e alegrias.

 É com um cigarro que termino este texto, dizendo acerca dele que foi um dos melhores que fumei. Mas acabou. Tive que o apagar, senão queimar-me-ia.

 Consegui senti-lo. Inalei o que havia para inalar, mas acabei por expeli-lo… E o fumo que saíra da minha boca, desvaneceu no ar e nunca mais o vi. Nem voltarei a vê-lo, certamente. O fumo do cigarro, tal como algumas pessoas são efémeras nas nossas vidas e temos que (con)viver com essa realidade.

 Até lá, acenderei mais uns quantos e escreverei sobre eles.

 Boas "passas"!

Rush



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