Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Carta (Não) Endereçada

 Olá,  Eu sei, até parece parvo. Estivemos juntos nem faz meia hora e já te estou a redigir uma carta. Acho até que ainda sinto o sabor do café quente que tomaste, assim que acordaste, nos meus lábios do beijo de “bom dia” que me deste.  Mas o que é que queres? Não consigo evitar… É mais forte que eu. Desculpa… Não só pela carta, mas também pelo que sou. Admito que sou “complicado” ou… Talvez não. Ok, desculpa pela minha bipolaridade. Eu sei que, por vezes, te irrita. Desculpa o meu mau-humor matinal, o cabelo desgrenhado, os olhares tristes, os abraços inesperados, a carência eterna, a preocupação exagerada, o medo de te perder e de me perder, assim que te perca. Desculpa por estar sempre a dizer desculpa. Desculpa também por isso.  Upps… Fi-lo de novo. Sou eu que te estou a escrever esta carta, conheces-me melhor do que ninguém e tu sabes o quanto importante isto é para mim – não só o facto de te escrever cartas (quase) todos os dias, mesmo dividindo a cama contigo, toda

Uma Boa Conversa

Não há nada mais erótico que uma boa conversa, não é? E as nossas conversas tinham tanto efeito em ti.  Não me acredito que fosse só do champagne , ou então da mistura com o tabaco que te deixavam louco. Mas as nossas conversas ajudavam imenso… Eram as melhores, admite!  Eu gostava disso, aliás ainda gosto. Gosto da ideia de poder manipular o teu imaginário e fazer-te levar a locais que nunca foste, fazer o que jamais imaginavas - algum dia – fazer. Onde querias que te levasse, eu levava. Como se tudo tratasse de uma espécie de hipnotismo que erotizava tudo e mais alguma coisa. Como se de Álvaro de Campos, na sua "Ode Triunfal” – quando este erotiza máquinas de fábricas – nos tratássemos.  Era isto. É isto que nos falta. Falar. Podem ser frases curtas, mas é isso que precisamos. Ou melhor, precisávamos.  O amor já era bom, o sexo ainda melhor… Mas os dois juntos eram a combinação perfeita. Claro que contigo. Porque tudo se resumia a ti. Simplesmente tu, só tu e so

Até que a morte nos (re)una

 Normalmente, não sou uma pessoa religiosa. Tu sabes isso melhor que ninguém. Mas eu tenho fé! Tenho a fé de que um dia, quando não acordar de um sono muito profundo, tu vais estar no meu sonho. Nesse mesmo sonho que nos junta no paraíso – onde só existirá eu, tu e o nosso amor.  Aquele mesmo amor que me prometeste sentir e admitiste-o perante a tua mulher. Essa senhora que com grande respeito falei e nunca na minha vida vivenciei algo tão estranho. Mais estranho ainda que a minha própria coragem de me fazer estar naquele lugar, a presenciar toda a conversa que tivemos.  Eras um homem separado, repara que não utilizei a palavra divorciado. Estavas casado sim, mas separado. Já não havia amor, não havia qualquer tipo de sentimento, nem mesmo um simples toque. Nada. Rigorosamente nada. Não sei se o que procuraste em mim foi uma fuga a essa monotonia devastadora, se um refúgio para encontrares a felicidade. O que é certo é que nós conseguimos. Conseguimos mesmo! Afirmaste perante

Eles sabem

[Dedicado àqueles que sabem muito bem quem são, mas que não querem admitir.]  Nós éramos os melhores. Éramos mesmo! Em todos os sentidos. Como é que é possível não recordar isso?  Pois, eu lembro-me. De tudo. Literalmente… Como se fosse ontem. Ou melhor, até foi mas metaforicamente. Não sei como, ou quando, ou até porquê que não continuamos esta caminhada juntos.  As promessas feitas e as conversas tidas não davam indícios disto. Desta separação definitiva. Deste apagar das melhores memórias que eu alguma vez tivera.  Dou por mim a recordar - nas muitas madrugadas em que fico acordado – em tudo o que vivemos. Não sei se ria a recordar das conversas de café ou se chore a relembrar as surpresas que fazíamos uns para os outros.  Incrível como nos lembrávamos sempre de tudo o que estivesse relacionado com a vida de cada um. Talvez, porque não acho que tínhamos – entre nós – uma simples relação de amizade, claro que também a tínhamos. Mas não era só isso. No fundo, éramos como uma se

1/3

  E voilá , um terço do percurso foi (quase) cumprido. Não digo a 100%, mas talvez a 93%...  Foram uns meses interessantes, no mínimo. Aprendi muito, sobretudo sobre mim. Eu sabia que conseguia adaptar-me nos vários contextos em que me insiro, ao longo da vida, levasse o tempo que levas. Mas, nunca pensei adaptar-me a algo ao ponto de me sentir completamente integrado em algo. Não é simplesmente um grupo de amigos, ou no ambiente académico que frequento, mas sim à harmonia toda em volta desse conjunto.  As pessoas são excepcionais, desde colegas a verdadeiros amigos. Claro que os segundos mencionados, começaram por colegas… E o tempo foi ditando e fortificando essas relações. Hoje, são pessoas que quero levar para a vida inteira. Não quero e aliás, recuso-me a aceitar e conformar-me com a ideia de que quando a faculdade acabar, nunca mais os vou ver. Não quero isso! Quero sim, tê-los comigo. Quero que eles acompanhem a minha vida e eu a deles. Que os nossos percursos uma vez

É tarde...

 Agora é tarde e devias ter tentado. Tentado falado comigo, olhar-me nos olhos, dar-me um abraço. Sentir a tua respiração no meu pescoço, enquanto me pedias desculpa. Desculpa por teres feito tudo e, igualmente, teres feito nada.  Mas eu prometi-me a mim mesmo: irei curar-me. Passaram-se largos meses… Meses se passaram, sem que não passasse um dia em que não me lembrasse de ti. Todos os dias, acordava e não sei porquê – ou melhor, sei! Sei, porque me magoou muito. Magoou tanto que nunca irá desaparecer a ferida. Deixaste a tua marca e isso nem sempre é bom. Mas, chegou um dia em que acordei e nada. Não foste o primeiro pensamento que tive, nem mesmo o segundo. E já para não falar do terceiro. Foi como se tivesse apagado tudo da minha mente e tivesse deixado ficar tudo aquilo que não me fazia mal. Aquilo que não me destruía. Aquilo que eu um dia mais amei e hoje, não quero nem consigo me recordar disso.  As memórias estão lá. Guardadas. Ainda assim, não as quero relembrar. Não

Preto, uma cor feliz

Faz hoje, exatamente, uma semana que trajei oficialmente pela primeira vez. Uma semana que senti mesmo o que a Faculdade nos pode trazer. Não me refiro somente ao conhecimento que, obviamente, cultivámos durante todo este tempo pelo qual lá andámos, mas ao que construímos durante esses magníficos anos. As amizades que se criam, sejam onde for, serão sempre uma parte importante de algo. Neste caso, a minha vida académica está a presenciar amizades que espero mesmo que durem para o resto da minha vida pessoal. Começámos todos com sorrisos envergonhados (ou melhor, uns menos que outros), contudo acabámos por nos tornar muito próximos. As conversas que aconteciam – unicamente – nas aulas, acerca da matéria estudada prolongaram-se para fora dos portões da Faculdade e os temas variaram-se cada vez mais. Os sorrisos envergonhados passaram para verdadeiras gargalhadas. Os cumprimentos com dois beijos na face, viraram abraços longos e bem apertados! A informação básica que conhecera nas pr